terça-feira, 22 de maio de 2007

O Olho de Deus


"Si comprehendis, non est Deus". Fiquei maturando sobre Deus. Recebi esta foto chamada Olho de Deus, um fenômeno raro segundo a Nasa. Santo Agostinho fala da existência de Deus, sabe e acentua que Deus infinito é incompreensível ao nosso entendimento: finito. Por isso logo a frase “se compreendes, não é Deus.

Agostinho mesmo descreveu os atributos de Deus, pensar em Deus como “bom” mas sem entrar na categoria da qualidade; grande, sem a quantidade; criador, sem indigências; superior a todas as coisas, sem situação local; abrangendo-as todas, sem as cingir; onipresente, sem lugar; eterno, sem tempo; criador de todo o mutável, sem sofrer ele próprio nenhuma mudança, sem sombra de passividade.

Então a Deus convém a unidade e a unicidade, por ser infinitamente perfeito e eterno e porque é o Ser. “Tudo que é em Deus, não é senão Ser" afirma em Sermões. Repousa em Deus o fundamento último do mundo.

Se Deus é incompreensível, incognoscivel, é o grande mistério, como buscamos esta conexão? Como resgatar a semelhança, partindo do princípio que concebemos apenas a imagem? O que Deus significa para os seres humanos? Deus talvez seja uma luz brilhando e nos voltamos para ele, luz magnífica, tangível, atraente, corremos para ela como corremos para os braços do amor.

Na medida que nos movemos na luz, adentramos no grande mistério da consciência, da fé, do inominável. Esta luz está sempre se transformando em figuras de nosso universo arquetipico. A nossa matriz da alma guarda todos os nossos registros, e formamos juntos com toda a humanidade uma grande mandala, este imenso oceano de energia que permeia a cada um de nós é o que conduz à Fonte, a qual estamos conectados, mesmo sem perceber, sem buscar. A imensa teia da vida, de Capra.

O amor é e força motriz e de coesão, amor este que cura, regenera, cicatriza, e que emana desta imensa roda. Somos o mesmo ser, diferentes aspectos do mesmo ser. A alma humana é a mais perfeita criação, uma lástima não reconhecermos todo o potencial de nossa alma, e não agradecemos a infinita beleza que somos. Não existe maldade na alma, nenhuma alma é malévola por natureza, o que buscamos (mesmo de formas deturpadas) é o amor, o que nos sustenta é o amor. O que nos distorce é a falta de amor, um imenso medo. Que não é o oposto do amor, e nem o ódio o é, dado que o amor é a totalidade, não se divide, não tem opostos. O medo apenas nos separa do amor.

Cada um de nós pode salvar, redimir e curar a si mesmo. Sempre teremos este poder. Isso significa resgatar a SEMELHANCA. Fomos criados com este poder, antes mesmo do mundo existir. Quando sentirmos a LUZ respirar todo o nosso Ser, nos absorver completamente, penetraremos em outra realidade, mais profunda, maior, mergulharemos então num fluxo de luz, vasto e repleto, no meio do coração da vida. A imensa água do manancial que inunda completamente o coração. E todos os tempos se fundem: passado, presente e futuro.

Ao fluirmos nestas águas, este imenso fluxo da vida, solaparemos e rasgaremos a ilusão humana, os véus de Maya. Nos lançaremos para o centro da galáxia, navegaremos no fluxo de consciência através do centro da galáxia, nos expandindo em imponentes ondas fractais de energia, reunindo toda a sabedoria ancestral, numa luz composta de mais do que todas as freqüências no universo. A expansão do ser para todo o universo holográfico e para além dele, transcendendo a VERDADE.

O encontro num profundo estado de quietude, além de todo e qualquer silêncio, o sentir, o vivenciar e compreender o ETERNO, além do infinito. Nos tornaremos o Vazio, a pré-criação, e o "verbo se fez", a gênese, a primeira vibração, nos colocaremos no centro da criação.

Tocaremos a face de Deus. Sem dogmas, simplesmente a harmonia da vida absoluta.

Perceber o eterno é vivenciar o gerar de toda a criação. Nossos ancestrais conheciam estes meandros. Diziam que a Mente de Deus criava novos universos periodicamente, através da expiração, e destruía outros numa inspiração. A experiência do vazio, o vazio é ao mesmo tempo menos do que nada e mais do que tudo que existe. O vazio é o zero absoluto; o caos formando todas as possibilidades. É a consciência absoluta, ainda mais do que a inteligência universal. O vazio existe dentro e fora de tudo, agora, estamos dentro e fora do vazio simultaneamente, não precisamos ir a lugar algum para o concebe-lo. O nada entre todas as manifestações físicas, o que a ciência chama de Ponto Zero. Imensurável, não existem escalas compatíveis para medi-lo, dado que pertence a infinitude. O Ponto Zero existe em mim, em você, no universo, mais do qualquer coisa.

O que os místicos chamam de vazio não é vazio, é a energia que permeia toda a criação. Somos a criação de Deus explorando a nós mesmos através de tudo que possamos imaginar, numa continua e infinita exploração, e através de nossa exploração, Deus explora a Si Mesmo. O eterno, e grande Eu Sou. Todos e Tudo formam o grande EU, onde quer que você esteja, este lugar é o centro do universo. Onde existir um átomo, ali também é o Centro do Universo. Então, Deus está em cada átomo e está no vazio.

Quando mergulhamos no Vazio da criação, enxergamos com os olhos de Deus. Você não será mais você e compreendera o TODO. Mas estamos tão compenetrados em nos tornarmos Deus que não percebemos que já somos Deus e Deus esta se tornando nós.

Somos formados de Luz. Somos luz materializada, cada quantum, átomo, estrela, planeta, até a própria consciência é feita de luz e tem uma freqüência. Luz é algo vivo. Tudo é feito de luz, até as pedras. Então tudo está vivo. Tudo é feito da luz de Deus; tudo esta na perfeita ordem cósmica de criação da vida.

Ao fluir na grande consciência da Criação, compreenderemos que somos muito maiores do que imaginamos. Somos imortais, sempre estivemos vivos. E somos Luz, somos Deus, somos Amor e somos a mais perfeita criação de Deus. Nós somos parte da mesma alma, que se fragmenta em diversas e criativas direções, mas ainda é a mesma alma. A Alma de Deus.


Si comprehendis, non est Deus?


San Mendes

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