sábado, 21 de abril de 2007

Velho Fantasma

Meu velho fantasma…
Os elos que nos uniam se partiram...
Fico aqui parada em frente a esta abissal distancia...
Fitando o vazio...o nada...
Não consigo mais recordar das noites estreladas..
As luas cheias... as mãos entrelaçadas...
A intimidade da noite...os gestos desesperados...
Lagrimas e dor quando me sentia a deriva..
Os sentimentos caóticos... a urgência...
A dor de sua ausência...
O céu e o inferno de estar em seus braços...
O mergulho na luz dourada de seus olhos...
Ahhh velho fantasma...
Este vazio me assusta...
Sua lembrança era um suave calor que me consumia...
Aquecia nas noites solitárias...
Não ouço mais o arrastar de suas correntes
Pelos corredores de minha alma...
Não sinto mais alento por saber que você estava ali...
Nem saudade...dor... alegria ou amor...
Agora vejo apenas a sua imagem esmaecida...
Difusa...distante... preciso fixar meu olhar para te ver...
Talvez o que veja seja apenas um eco de minhas lembranças...
Reminiscências de uma antiga memória ancestral...
Velho fantasma...
Vivemos hoje em galáxias distantes...
A vida e como um caleidoscópio...
Ao rodarmos nas mãos... formamos lindos desenhos..
Um leve tremor e o desenho muda...
Por mais que tentemos recuperá-lo...recriá-lo...
Não mais conseguiremos...

So nos restará formar novos desenhos...
E nos encantarmos com novas possibilidades...
Novas cores...novos fractais...
Sem a preocupação do tremor nas mãos...
Adeus meu velho fantasma...
Em pé na beira deste abismo de mim mesma...
Uma lágrima desce solitária por meu rosto...
Ergo os braços aos céus...
Fito o universo...as estrelas...o infinito...
As possibilidades difusas do vir a ser...
E jogo suas cinzas ao vento...
Descanse em paz em meus velhos sonhos...

Adeus.... meu velho fantasma...

San Mendes


Um comentário:

Unknown disse...

Como toca a minha alma este poema. Como eh lindo sentir que vc existe, sempre trazendo coisas boas pra todos que a rodeiam. Obrigada amiga. Continue que estou adorando.